29 de março de 2012

Craque que é craque



Craque de verdade arruma o meião, pisa no gramado, toma pancada, bate, luta, dribla, marca gols e no fim da partida, ganhando ou perdendo, olha de cabeça erguida para seu torcedor. Ele da entrevistas no fim da partida, não foge pelas portas dos fundos, é quem dá a cara para bater quando nada está indo bem, ou é o primeiro a ser reverenciado por seus fãs nas vitórias. Esse jogador não precisa ser mágico, não precisa dar passes milimétricos ou fazer jogadas imortais, veste a camisa e luta por ela como se fosse sua vida. Ele sua e chora sangue (sem exageros), representa mais que um simples jogo, representa o sentimento de uma instituição, de muitos corações. Esse jogador é antes de tudo gente, que acerta e erra, mas com verdade nos olhos, dentro ou fora de campo. É o cara que recebe muito bem pelo que faz, mas faz com um amor comovente, que acaba sendo símbolo para gerações, para uma história toda. O atleta, pode até sair, defender outra instituição, mas quando consegue ser o que as linhas acima descrevem durante um bom tempo por um clube, ele acaba encarnado para sempre com aqueles cores, com aqueles sonhos e momentos felizes e tristes. É um ídolo real, gente que vibra e sofre, não é uma sigla ou um fantasma. Foram tantas alegrias no campo, foram tantas alegrias fora de campo, também tristezas. A vida às vezes é cruel com as pessoas que a encaram de verdade, que não tem medo de viver, mas não é, e nem será cruel para sempre, e não foi. Esse ídolo há anos mudou para o outro lado do balcão, trocou o calor do estádio lotado pelo gelo do ar-condicionado dos estúdios. Quantas vezes em minhas memoráveis partidas de futebol de mesa, esse ídolo fez memoráveis gols, artilheiro nato. Quantas goleadas, quantos passes de Robinho e Ganso... Em minha memória infantil não havia espaço para empates e derrotas, apenas vitórias e festas em preto e branco. Na vida real, lembro de gols contra o Verdão, contra tricolores e contra o grande rival Corinthians (...)

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